Zonas de espera
Uma digressão sobre o tempo morto da nova onda punitiva contemporânea
2012
Sinopse
Uma tremenda mutação temporal virou de ponta cabeça o mundo que o capitalismo vencedor está reorganizando e governando. Mutação cuja fratura exposta se encontra justamente na virada punitiva operada pelo estado bifurcado estudado por Loïc Wacquant. São duas esperas: uma disciplinadora da insegurança social alimentada pela inquietação do trabalho desqualificado; outra envenenando a euforia perpétua das novas classes confortáveis que o capital costuma acariciar com uma mão e infernizar com uma outra. A forma predominante de intervenção em nome da ordem que a guerra contemporânea assumiu é tributária de uma virada punitiva onde a desmedida reina, da estratégia de Choque e Pavor ao desenho do arsenal cirúrgico concebido para gravar a memória perene da dor na mente de seus alvos preferenciais, novamente disseminados pelas populações liminares do mundo-fronteira contemporâneo, entendendo-se por fronteira toda sorte de barreira por cuja terra de ninguém (social, econômica, simbólica, etc.) campeia o peso morto do poder punitivo despertado de sua sonolência social pelos novos Estados do Workfare.
Publicado originalmente em 2012 como capítulo em Vera Malaguti Batista (Org.). Loïc Wacquant e a questão penal no capitalismo neoliberal. Rio de Janeiro: Revan, p. 229-280; e posteriormente como capítulo em Paulo Arantes. O novo tempo do mundo. São Paulo: Boitempo, 2014, p.141-198.
Palavras-chave: Estado de Exceção, Loïc Wacquant, Giorgio Agamben, Trabalho, Encarceramento, Refugiados, Geopolítica, Contemporaneidade, Capitalismo, Horizonte de espera, Ernst Bloch, Territórios ocupados, Palestina.
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