Mário Pedrosa
Outros escritos
2000
Sinopse
Compõem este volume alguns dos textos de Otília Arantes sobre Mário Pedrosa que podem ser lidos como Apêndices – primeiros esboços ou complementos posteriores – a seu livro Mário Pedrosa, itinerário crítico (de 1991, reproduzido neste site). Na abertura, uma intervenção pública - homenagem ao Crítico por ocasião de seus 80 anos e do lançamento da primeira edição de sua tese, Da natureza afetiva da forma. Datada de 1949, permanecia até então inexplicavelmente inédita, embora pioneira (e não só no Brasil) ao adotar a Gestalttheorie como chave de compreensão da obra de arte. O prefácio a essa edição, organizada por Otília, abre a segunda parte deste volume. Fala e prefácio pelos quais a Autora inicia suas incursões na obra de Mário, tentando descobrir nesta uma linha de continuidade dada por sua tentativa permanente em conciliar o rigor e a universalidade da forma artística com sua dimensão ao mesmo tempo particular, afetiva ou expressiva, levando-o a combinar, por exemplo, as lições dos mestres da Gestalt com as de outros autores, mais atentos à especificidade da percepção artística. Síntese que encontrará, mais tarde, exemplarmente realizada na arte neoconcreta.
Nesse mesmo período (início dos anos 80), Otília, juntamente com o grupo do CEAC, pesquisava a produção artística da década de 1960, quando Mário era o grande mentor intelectual das neovanguardas do eixo Rio-São Paulo, às quais preferia chamar de pós-modernas, num momento, aliás, em que a expressão ainda não tinha sido adotada pela crítica internacional. Assim, no número de Arte em Revista (publicada pelo grupo) sobre a Pós-Modernidade, foi incluída uma seleção de textos do Crítico, precedidos de uma nota de apresentação de Otília: “Mário Pedrosa diante do pós-moderno” (embora parcialmente retomada na Conclusão do livro citado, está reproduzida aqui na sua forma original, mais circunstanciada).
Em sequência, ainda na primeira parte deste volume, uma comunicação ao Seminário Estudos de Arte desde América Latina, da Getty Foundation em Buenos Aires, de 1999, “Mário Pedrosa e a construção da Modernidade Brasileira”. Na verdade, uma recapitulação do Itinerário crítico, mas tendo como foco um tema tão polêmico quanto central na crítica de Mário, especialmente no que diz respeito à nossa modernização: a relação nacional/internacional na arte e na arquitetura brasileiras.
Na segunda parte, mais dois prefácios, de coletâneas da EDUSP, que se impõem por oferecerem um panorama da produção artística nos últimos dois séculos. De forma mais específica, ambos se detém na análise de movimentos e artistas brasileiros – “De Acadêmicos a Modernos” (da Missão Francesa às neovanguardas dos anos 60/70, arquitetura incluída) –, e estrangeiros, do Ocidente e do Oriente – “Modernidade cá e lá”.
Encerrando, um pequeno Apêndice polêmico, “Mário Pedrosa inatual”, uma fala, em 2000, no Memorial da América Latina, por ocasião do centenário de Mário Pedrosa e lançamento do quarto volume da série da EDUSP, onde a Autora questiona o amálgama, pelos curadores da Mostra “500 anos +”, entre o que estava sendo proposto como Redescoberta do Brasil e as posições do Crítico em defesa das formas primitivas de expressão artística.
Palavras-chave: Arquitetura Moderna Brasileira, Arte abstrata, Arte Concreta, Arte japonesa, Arte Neoconcreta, Artistas brasileiros, Brasília, Calder, Cézanne, Coleção Widener, Di Cavalcanti, Forma artística, Gestalt, Grupo Frente, Kandinsky, Käthe Kollwitz, Lygia Clark, Mário Pedrosa, Miró, Missão Francesa, Modernidade, Modernistas, Morandi, Neovanguardas, Oiticica, Pop’art, Portinari, Pós-Modernidade, Surrealismo, Tachismo, Visconti, Volpi, Worringer.
Séries
Categorias
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.