Berlim Reconquistada

2003

Autores

Otília Beatriz Fiori Arantes

Sinopse

O presente ensaio, na verdade mais uma crônica, que poderia também se intitular Berlim ano 2000, é o resultado de uma revisão bibliográfica e uma verificação in loco em torno das transformações urbanas berlinenses após a Queda do Muro, observadas e documentadas em viagem da Autora a Berlim em 2000, ao mesmo tempo recuando e comparando às inciativas do IBA (Internationale Bauausstellung Berlin) dos anos 80 – também visitadas por ela no ano de 1990, quando o processo de reunificação se iniciava. Ou seja, um projeto da Alemanha de criar uma metrópole ímpar, uma capital não apenas local mas mundial, que se apresentasse enfim ao mundo como um grande centro empresarial e cultural, cuja arquitetura de ponta a faria brilhar na forma de uma Cultural Global City. Inclusive estabelecendo, seja pelas inúmeras atividades culturais (tradicionais ou alternativas), seja pela variedade física, funcional e social, um contraste nítido com o resto do Ocidente: a Cultura (alemã) versus a Civilização (liberal, burguesa, filistina etc.). O grande trunfo desta renascença da capital reconquistada seria a tão decantada Mischung, cujo coração, ou símbolo máximo, segundo a Autora, foi a reconstrução da Potsdamer Platz, na sua variedade arquitetônica, de funções e, pretensamente, humana, com seus espaços culturais e de recreação junto a residências e escritórios (onde estariam representadas algumas das maiores empresas alemãs, Sony, Daimler-Benz e Brown-Bovery) – uma verdadeira plaque tournante no coração das duas Berlins.  Ao mesmo tempo o texto acompanha as diferentes mudanças que vão ocorrendo tanto no antigo Mitte, como nos diferentes bairros de Berlim Leste e Oeste (em nome de uma diversidade nem tão visível assim...), retrocedendo sua análise crítica aos esforços, sempre pautados pela ideologia da “mistura”, como os da Bauhaus, ao criar,  desde os anos 20, as Siedlungs - em substituição às Mietkasernen do início de século -, e aos conjuntos habitacionais da RDA.

Passados 20 anos, muitos dados ou prognósticos podem ter se alterado, mas o essencial das tendências que então já se desenhavam, apesar das boas intenções que pudessem nortear mais esta estratégia de pôr em funcionamento uma grande máquina de crescimento – no caso, azeitada pela cultura –, certamente ainda podem ser consideradas atuais. De qualquer modo, acreditamos ser um documento importante para as discussões de Otilia Arantes sobre os Planos Estratégicos, adotados pela corrida grandes cidades em disputa por supremacia global, e certamente não só no plano das imagens.

Palavras-chave: Berlim, Berlim Leste, Berlim Oeste, Berliner Ensemble, Brown-Bovery, Bundestag, Capital Cultural Mundial, Chancelaria, Cine Imax, Daimler-Benz, Filarmônica de Berlim, Global City, Grésillon, Hans Kollhoff, Hans Scharoun, Höfe, IBA, Kreutberg, Leipziger Platz, Microcidade-evento, Mietkasernen, Mischung, Mistura, Mitte, Muro de Berlim, Norman Foster, Prinzlauer Berg, Potsdamer Platz, Renzo Piano, Richard Rogers, Sony Center, Staatsoper, Stefan Krätke.

Licença

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.

ISBN

978-65-00-77503-7

Detalhes sobre essa publicação